Ritual Das Águas
George Paez
Te chamo pro amor meu amor nessa noite
Despoja-te de tuas vestes
Eu quero a nudez, quero tua palidez
Nessa beira de rio
Amores foram celebrados à mesma maneira
Monarcas, plebeus, pastores, escravos, índios e negros se deram em igual desvario
Ante o poder do desejo e do amor
Todo o céu reluz
Ante o apelo da pele excitada
Todos os astros se curvam
Ante o desejo de uma paixão
Não há poder de barganha
E o mundo real, preconceito, conceito
E o ódio se turvam
O céu que nos guarda e acoita é o mesmo
Que testemunhou faraós, rainhas, guerreiros, escravos nas águas no nilo, ao calor ou ao frio
Tirando das costas o fardo da lei e do poder, o peso das
Pedras, os cortes do açoite
Eram todos iguais, amantes das águas do rio
Refrão
Ante o poder do desejo e do amor
Todo o céu reluz
Ante o apelo da pele excitada
Todos os astros se curvam
Ante o desejo de uma paixão
Não há poder de barganha
E o mundo real, preconceito, conceito
E o ódio se turvam
Por isso eu te chamo pro amor, meu amor nessa noite
Desnuda teu corpo, revela tua alma
Nas águas do rio xingu nosso amor faz a lei
Revela tua realeza que eu vou te tocar com um quê de nobreza se queres te a dar à mim como rainha faz de mim o teu rei
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